Sunday, April 8, 2018

Satisfeito 2.0

Ando bem feliz. Não digo isso para causar algum sentimento de inveja, ou qualquer desagrado em quem ouça. A bem da verdade, nem mesmo digo que sou feliz - ou melhor, estou feliz. Para mim sempre existiu tal diferença: o ser e estar. Não sei, acho que o estado de ser alguma coisa pode não existir, já que de tempos em tempos nossas crenças mudam. Você pode até estar pensando que não, ou algum sentimento de resistência acabou de ser acionado em seu interior, dizendo nem tudo muda deste modo. Mas - eu ou você pode estar enganado -, muda sim. Para mim isso é tão nítido hoje que não pode sequer pensar em negar. As coisas mudam; já não podem mais ser, e sim estar.

Estou feliz há um bom tempo. Um profundo sentimento de gratidão, satisfação. Em alguns dias, antes de dormir, quando desligo as luzes e deito, sinto um enorme sentimento de alívio. Como se minha própria existência pudesse acabar naquele momento, e ainda assim saberia que fiz tudo o que podia ter feito. Claro que ficaram uma dezena de outros planos, mas e daí, a vida é isso. O que conta é o fizemos; conta-se também nossa intenção, que se refletiria em atos futuros, mas ainda assim não são ações findadas nem concretas. Então nos resta o aqui, o presente, o agora. Quando fecho os olhos em cada final de dia estou orgulhoso dos meus esforços, da minha dedicação, dos meus sonhos, de como continuo indo para frente e agora com mais afinco. Não é um sentimento de urgência - será? -, mas sim um querer de realização. Fazer o que quero, o penso ser melhor para mim, o que vai adicionar.

Talvez esse meu estado alegre esteja sendo alimentado por isso. Tenho tentando deixar em minha vida apenas aquilo que adiciona. Não fujo de problemas, ou de desafios, ou qualquer coisa do tipo. Não. Fazer com que as coisas apenas lhe traga bons frutos nunca foi e nunca será não ter problemas. É justamente o caminho oposto: é resolvê-los. Pode parecer trivial, mas resolver algo não é tão fácil assim. Se livrar de um relacionamento abusivo, ou uma amizade que não lhe trás coisas úteis, ou até mesmo aqueles papéis de anos dentro da sua gaveta podem ser situações difíceis de se dar cabo. De uma certa maneira acabamos nos apegando àquilo que não nos faz bem. Acabamos nos acostumando com coisas ruins. E isso hoje em dia é tão comum de se observar: como as pessoas consomem notícias falsas e as espalham; como as redes sociais se tornaram uma lixeira virtual; como os relacionamentos se tornaram fúteis. Eu decidi filtrar quais problema seriam realmente relevantes para o meu crescimento e amadurecimento. Decidi que uma foto, ou um comentário feito por alguém a quilômetros de distância não mais fossem uma pedra de tropeço.

Meu trabalho continua sendo um problema, meus relacionamentos mais íntimos, o trânsito do qual não consigo escapar, eu próprio sou um problemão. Desses não consigo fugir, fazem parte do meu dia-a-dia. Esses eu preciso liquidar. Brigas de grupos extremistas não. Intrigas dentro de um escritório também. A insatisfação humana muito menos. Quando percebi que eu precisava lidar somente os meus problemas tudo ficou mais colorido. As coisas fizeram mais sentido, com mais gosto, propósito. Como as pessoas me enxergam, como elas me ouvem, ou me entendem, pode parecer um problema meu, mas não, não é. Toda informação pode ser entendida de diversas vezes; pode ser processada por inúmeros filtros. Tenho responsabilidade somente pelo que emito e sinto. Como o mundo absorve isso é problema dele, entenda isso. 

Hoje persigo meus objetivos com unhas e dentes, pois somente eu posso o fazer. Não deposito minha felicidade, ou minhas esperanças em terceiros. Pode soar solitário, mas não é. Acho que mais triste pensar que nosso propósito precisa de uma metade para se completar. Somos inteiros por natureza. Claro, as pessoas, as coisas que adquirimos, a sociedade a qual nos inserimos faz parte da nossa caminhada. Mas é isso: faz parte, não traduz. Estamos trilhando um caminho onde quem dá passo a passo somos nós, e tudo que faz parte dela apenas nos rodeia, podendo facilitar ou dificultar essa caminhada. A dependência que algumas pessoas criam em relação a outras e a coisas acho um limitador, um buraco cada vez mais fundo para quem quer estar feliz. Quando decidi não mais depender, a não ser de mim, fui feliz.

Quando amigos me perguntam, eu respondo que sim, sou feliz. Quando questionam como ou por quê, apenas digo que sou assim porque estou constantemente satisfeito. Satisfeito com minhas decisões, o modo como estou guiando minha vida, com minha conquistas, como me vejo no mundo e como contorno meus problemas. As coisas estão perfeitas? Claro que não! Mas estou tranquilo com isso. Quase nada me assusta mais. Decidi tomar um rumo e é isso. É ótimo. Não ter dúvidas profundas sobre quem sou ou o que quero. Ter controle sobre aquilo que posso ter. Acho que é isso, o resumo deste estado: ter o controle, assumir as rédeas da vida - daquilo que se pode assumir, claro. É assim: se posso dizer sim, digo; se devo dizer não, nego. Não problematizar demais as coisas. Viver simplesmente.

Gabriel Costa
08/04/2018

Saturday, August 26, 2017

Reticente

Sempre penso em voltar a escrever. Às vezes paro para ler alguns textos próprios antigos e me admiro com algumas coisas. Como consigo me expressar de forma espontânea, fluídica, natural. Alguns textos vão sendo apagados, porque nem tudo é lá tão bom assim. Pouca maturidade, pouco conteúdo, muita angústia, ou realidade de menos. Temas variados, momentos de vida variados, sentimentos ainda mais. Porém, em sua maioria me agrada. Provê algum calor ao coração, que por vezes se esfria. Ou o dá mais força, que por vezes vai diminuindo o ritmo. Faz com que aquele amontoado de ideias na cabeça que está emperrado flua. Durante esse tempo que venho escrevendo, recebi diversos elogios, o que foi me motivando cada vez mais a continuar esse "trabalho". Quando isso acontecia, pensava: "Poxa, só abri meu coração em palavras". Nada era roteirizado, ou premeditado. Apenas sentava e digitava. Dava certo.

Por muitas vezes pensei em levar mais a sério uma possível carreira de escritor. Sempre gostei de ler, escrever, mas como um prazer pessoal. Quase a totalidade daquilo que escrevi servia apenas para mim mesmo - sempre achei. Por mais rebuscado que tentava fazê-los, ou com um conteúdo comum a todos, era tudo pessoal. Escrevia como forma de auto conforto, auto ajuda, auto aconselhamento. Não sei se para ser uma válvula de escape, pois acho que existem meios mais eficientes. Mas sempre me aliviei após um texto que achava que devia ser escrito. Durante um período, prendi-me a uma periodicidade mensal, sagrada, obrigatória (já que estava agradando a tantas pessoas, e a mim). Acho que não fui com essa ideia de escritor para frente porque me não me achava nesse patamar. No fundo, sempre achei meus textos um pouco ingênuos ou muito no mundo da lua. A insegurança também não me deixou investir mais. Nem lembro qual foi a última vez que vim aqui.

Posso dizer com certeza que cada vez que cliquei em "publicar", foi movido por um sentimento de felicidade ou tristeza. Será? Agora já não sei. Talvez não. Pode ser que em alguns textos um quê de neutralidade tenha se manisfestado. Além destes, agora me lembro que a superação/aceitação também se fez presente nesses anos. Um efeito dominó: vem a tristeza, depois de um tempo a superação/aceitação, um estado latente de neutralidade para dar espaço para a felicidade. Sim, acho que é isso mesmo. Um ciclo resumido do que as pessoas leram em meus escritos. Não sei se necessariamente nessa ordem, mas é assim que acontece comigo. Com todos.

Não sei quem lerá esse texto. Nunca fui muito de divulgar; uma vez ou outra, quando me sentia inspirado. Ou quando perdia o medo das pessoas descobrirem este meu lado, ou me criticarem. São 01:17 do dia 27/08/2017 e não faço ideia do que se trata esse texto. Estou apenas divagando, meio nostálgico, meio óbvio, meio sem sentido. Existem dias, quando estou completamente absorto em nada, me vem um medo enorme de perder a inspiração, de secar o poço. Não gostaria de ter que aceitar ou conviver com isso. Das poucas coisas que sei fazer, sempre me orgulhei de meus dotes com a escrita - não necessariamente a gramática, mas as ideias que transcrevo. Tenho três livros escritos, parados, esperando um dia verem a luz do dia. Não sei. Hoje me ocupo de tantas outras coisas. Sou músico, sou estudante, sou profissional. Não dá tempo. Ou eu que não dedico tempo a isso?

Quatro minutos se passaram e nada de texto, não é mesmo? Não sou mais de ficar acordado de madrugada; o cansaço da jovem vida adulta me pegou. Isso quer dizer que algo está errado. E sim, está. Existem muitas coisas erradas comigo agora. O problema não é esse; o que me atormenta é a incapacidade de resolvê-los. Logo eu, sempre objetivo, focado, certeiro. E simplesmente não sei o que está acontecendo. Minha mente não pára de processar informação, meu corpo sempre reclamando de algo, minha ansiedade sempre pedindo algo mais, minha impaciência querendo ser mais forte que o próprio tempo.

É horrível ter a certeza de que se falhou miseravelmente em algo que você achava que estava indo razoavelmente bem. E de repente, pimba, na sua cara: não. Horrível admitir os erros (não é o mais nobre dos pensamentos, mas não me julgue, sei que você sente o mesmo). Pior ainda é saber que isso aconteceu não uma vez, mas diversas. E sempre achamos que conseguimos consertar os erros antigos. Vai saber. Será que existe erro que não se conserta? Sou espírita, então não, não me venha com essa. Minhas crenças filosóficas sempre me dão um murro no nariz quando tento encontrar uma solução fácil para as coisas - necessário.

Quero desacelerar o mundo. Voltar no tempo, redizer o que disse, refazer o que fiz, virar aquela esquina, entrar naquela loja. Mas aí percebo que poderia voltar e fazer mil caminhos diferentes; não adiantaria. Eu ainda seria eu. E aí que está o problema. Os caminhos nos levam ao encontro de diversos destinos, do que fazemos deles decidimos nós. Deus não erra quando nos dá o livre arbítrio. Não há como tapear no jogo da vida. Quando queremos que tudo fique mais fácil, toma, o mundo cai nas suas costas. Hoje não está nada fácil.

Será que estou tentando melhorar? É tão difícil assim alterar uma característica ruim em nós? O amor é mesmo forte para nos mudar para algo melhor? Vem de outro lugar essa empurrão? Não sei onde estou procurando meus motivos para seguir com a vida. Ou os motivos estão certos e eu não estou os trabalhando da maneira devida. Não sei. Acho que aquele poço está se esvaziando. Uma pena. Ou às vezes é apenas cansaço (espero). Voltei, não muito coeso, peço desculpas. Nem isto está dando certo. Preciso reaver muitas coisas que pelo visto, ficaram para trás. Reaver-me. 

Tuesday, January 10, 2017

Evolução

Às vezes não há como ir para frente nem para trás. Ficamos como presos pelos pés em uma piscina de cimento que pouco a pouco vai secando. O pior é saber que queremos ir além, mas é uma tarefa árdua. Sabemos que em algum momento não será mais possível dar um passo, e aí estaremos presos eternamente naquela imagem: nos mesmos defeitos, mesmas manias, mesmas palavras, mesma impotência sob os pesos aos nossos pés. Gastamos todas as forças, mas ainda não é o suficiente. Choramos desesperados, gritamos, olhamos para todos os lados como se fosse de alguma utilidade. Mas não; a cada minuto tudo se torna uma verdadeira batalha. Como se a cada centímetro que avançamos, o próximo é ainda mais difícil. Cada passo adiante é uma etapa de uma prova que, dela, tentamos sairmos vencedores - ou ao menos finaliza-lá com alguma decência: a vida.

A evolução é necessária, logo, a inércia é a inimiga número um. Não é de se espantar. Ora, o que é a energia senão o movimento das partículas. O calor, a eletricidade, a informação. Nada disso existe no estado inerte. Nada disse existe sem sair de um lugar e ir a outro. O mundo gira, as estrelas, o sol, todos os astros para que o universo esteja aí. Apenas consigo pensar em uma grande pedra de gelo quando penso na parada do movimento, do total estado de inércia: fria, sem cor, sem vida, sem uma verdadeira mensagem - aquele cimento sob nosso pés estará neste mesmo estado em breve, e nós, juntos. Mas não sejamos tão extremistas: necessitamos dessa parada em tempos e tempos. E há quem sobreviva até mesmos nessa piores situações adversas. Entretanto não é a extrema inércia, mas sim uma calma, uma paz, uma diminuição do ritmo.

Enfim, precisamos nos manter aquecidos sempre - a energia em movimento. Não há como escapar desse fato.  Tudo indica: em frente, sempre. Ir para trás é uma opção, sim. Mas regredir, não. São coisas diferentes. Não será apenas uma vez onde teremos que voltar alguns passos, mesmo muitos, para retomar algo que iniciamos de maneira errada ou para recuperar algo que esquecemos. Veja: para todas elas o que se ambiciona é novamente ir adiante. Regredir é perder tudo que se conquistou, é jogar lama nos olhos, apagar todas as letras de seu caderno. É encher ainda mais aquele poço de cimento de forma ativa. Regredir é ignorar todo o conhecimento, experiência adquirido até então. Entregar-se à raiva, estupidez, à sentimentos que deterioram nossa alma. É desejar construir um muro que nos fortifique e proteja, edificando-o tijolo por tijolo, sob o sol escaldante, contra o tempo, lutando para ganhar força a cada momento. Mas no final daquele dia, com uma única marretada, derrubá-lo, para começar novamente no dia seguinte. Evoluir é colocar peça por peça e esperar que a massa seque, e dê forma e segurança à nossa construção.

É necessário retirar o espinho quando a dor já não é mais suportável. Por mais que tenhamos a suportado - grande ou pequena, quem poderá dizer - por quanto tempo foi possível, chega uma hora que é necessário findá-la. Necessário cortas os laços com o sofrimento e a autopiedade. Abrir as janelas para que entre ao menos um pouco de luz que nos permitirá melhor discernimento para nossos passos. Temos que saber o momento de parar com as reclamações e ter coragem para enfrentar os problemas. Seja essa coragem sua fé em algo maior, fé em você mesmo, alguma crença que te faça soltar os grilhões daquilo que te segurou, impendido o avanço. E quem decide esse momento é você, unicamente. 

Evoluir não é apenas um processo biológico; é uma necessidade real. Do corpo, da alma. A largos passos a humanidade avança em tecnologia, em suas ciências sociais, na compreensão do universo e de seu papel nele. Apesar da nossa pequenez, estamos aqui com um propósito: não ser mais o que se foi ontem, e ser menos do que será amanhã. Esta é a lei, escrita das mais diferentes formas, em diferentes idiomas, dialetos, pensamentos, maneiras. Avançar para algo que almejamos, mesmo que não saibamos o que. Mas somente a boa sensação de que o amanhã pode ser melhor que hoje já nos dá a ideia de que é preciso mutar e reciclar nosso mundo pessoal. Reescrever quantas vezes forem necessárias nossas experiências e o modo como entendemos esta vida. Nada é imutável, nem mesmo o universo em sua grandiosidade. Nem mesmo a maior das angústias. Nem mesmo a morte. Quando nossa compreensão de todos esses fenômenos se estende além do que aparentam ser em suas formas, tudo se torna claro e consequentemente, evoluímos.

Aquele cimento sob os nossos pés não secou, mas está acontecendo. Não é necessário esperar que se torne pedra para ver o que acontece; nossa intuição já nos diz, dia a dia, segundo a segundo. Difícil, porém podemos dar passos largos em direção à saída, e nos lavar desse grude, dessa massa cinzenta, pesada, inútil. Valerá perder o fôlego, deixar alguns pedaços para trás, fazer com que o coração trabalhe em sua mais plena capacidade, abrir os pulmões para que um tornado entre e nos impulsione. Todo esforço será compensado, de uma maneira ou outra. E esse sentido de dever cumprido, essa compensação, o alívio, somente você poderá definir. Somente você saberá o valor de sua luta; o quanto retirar aquele pequeno espinho foi reconfortante. E depois disto tudo, poderá andar sob aquela piscina de cimento, endurecido, como marca de seu sucesso. Vai perceber que não era necessário tanto medo assim. Vai poder pisar naquilo que tanto lhe preocupou como se fosse nada, deixar para trás e seguir em frente. Aquele será o marco dizendo que quando decidiu ter ação, coragem, uma atitude perante os problemas da vida, a total inércia deixou de ser um incômodo e passou a ser apenas mais um obstáculo a transpôr em nosso caminho.


Gabriel Costa
10/01/2017

Monday, November 28, 2016

8760 horas

Quando me ver sorrindo sem motivos, saiba que o motivo é você. Quando sentir minha alegria, sinta a ti mesma, pois dela se faz tanto de você quanto das melhores coisas do mundo. Ao meu toque, simples que for, saiba que quero me conectar à sua vida, fazer parte dela e devolver o mesmo júbilo que da sua ganho. Se por vezes não encontrar a razão do meu silêncio é porque satisfeito, feliz, saciado estou, por estar ao seu lado e não precisar mais gritar ao mundo para conseguir o que preciso. Quando estiver quieto demais é por estar sereno meu coração, pois você foi a brisa que levou embora a tempestade que nele havia.

Quando não houver como entender, não se incomode. Não é preciso. Apenas confie. Confie que todas as perguntas seu coração responderá. Todas as mais profundas dúvidas o amor tornará simples. Todo o mistério é nada se se entregar, deixar a alma ir leve, seguir o curso desse rio. E quando desaguar no mar, este mar será imenso, estará de braços abertos para lhe receber. Esse mar será meu amor.

Segura esteja, pois não existem riscos nessa estrada que tire você do meu caminho. Atalhos podem surgir de repente, mesmo barreiras; mas tudo isso será temporário, pois meu mapa estará sempre me guiando rumo aos seus braços. Nem devagar, nem rápido. Ja lhe encontrei, por que se preocupar? Já decorei cada detalhe e de olhos fechados posso vê-la. Posso encontra-la no meio da maior multidão, pois me acostumei ao seu cheiro, seu perfume, mesmo seu modo de andar. Posso segui-la ao som de seu sorriso, pois para mim se tornou referência do porto seguro, o lugar único onde posso me refugiar. Tudo em você me faz ir adiante, porque no futuro ainda quero ser embalado por tais sensações.

Dividir não é ter metade com você; é ter o dobro. Doar o que tenho não é ficar com menos, é ser cada vez mais satisfeito, completo, agradecido por poder ter alguém para compartilhar. Momentos não são mais momentos. Fotografias não são mais fotografias. Tudo adquire um novo significado. Somente um amor tão grande pode resignificar uma vida inteira. Todas as horas até aqui não são apenas a marca do passar do tempo; é o quadro que retrata a dedicação, empenho, sacrifícios que desprendemos tantas vezes de onde não se pode mais tirar. É a suave música que toca na frequência dos nossos corações. Uma música somente nossa. E toda vez que quiser escutar, abrace-me forte e veja como meu interior vira uma festa embalada por seu amor.


Gabriel Costa
para Tigrinha
28/11/2016




Thursday, July 21, 2016

Para Lá i(se)r

O amor cura tudo. Disso há muito sei. Em verdade acho que é uma ideia inerente à nossa consciência, está plantada em nosso ser esperando apenas ser bem regada para que dali cresça forte. Entretanto, assim como precisamos conhecer o espectro da luz para sabê-la existente, mesmo que enxerguemos apenas devido sua presença, ou quantificar as ondas do som para saber que através dele ouvimos, precisamos de certas provas do amor. Se passamos um bom tempo sem encontrá-lo, ou senti-lo, ou mesmo presenciar seus efeitos em outras pessoas, pensamos que ele não existe. Ao menos que está longe, intocável, impossível. Temos essa necessidade de coisas concretas, palpáveis, para que essa presença nos mostre que não estamos assim tão sozinhos.

Estou entre aqueles que vez ou outra sente (sentia, em breve saberão) essa dúvida lacerante. Acredito não ser exclusividade minha a sensação de impotência como amante ao final de um relacionamento. Qualquer que seja ele. Algo como se você houvesse começado uma disputa valendo um alto valor, e perdesse. Não conseguisse alcançar a linha de chegada e, pior, estivesse correndo no caminho contrário. Culpamo-nos naquilo que realmente temos culpa, e mais ainda, no que não estava a nosso alcance. Somos seres imperfeitos, e mesmo aquele que amamos são passíveis de falhas - ainda que não admitamos. Mas agora me sinto mais confortável para dizer e perceber isso.

Turvos são os olhos daquele que se amargura, por qual for sua dor. Não podemos endeusar nossas relações. Divinas são as amizades, os amores, as ternuras, as educações, mas em sentido figurado. De algum modo, devemos fincar os pés no chão para que possamos segurar bem em terra nosso coração que flutua pelas nuvens. Não podemos nos deixar levar em todo. O equilíbrio está em saber se entregar, preservando um pedaço daquilo que é essencial a você também. A entrega - assim acho - não é completa, por mais que assim digamos. Ela deve ser consciente, inteligente, sadia. Não se entrega um tesouro a quem vá gastá-lo inapropriadamente, exaurindo assim suas reservas, ou uma equação a um literário, por mais que se esforce heroicamente para resolvê-la. Podemos sim, dividir o que temos para que, se algo inesperado aconteça, ainda nos sobre algo para nos recompor, ou ajudar na resolução dos problemas. Quando nos entregamos por completo, aquele 100%, em verdade estamos cedendo apenas a metade, para que nosso par ceda o mesmo tanto, fazendo que assim os dois se somem - em todos seus valores, virtudes e defeitos - para a plenitude de nossas necessidades.

Dizia que hoje para mim é fácil perceber estas coisas. Mesmo que já saibamos. Hoje tenho a soma dos meus 50%. É íntegro tudo que um dia esteve pela metade. Não posso dizer que vivi pelas beiradas, pois sempre tive consciência de minha individualidade - e de sua totalidade; acredito que só podemos nos doar quando temos sua plena consciência, entretanto isso é outro assunto. O mundo girou para que eu reciclasse aquilo que havia recebido, e acumulasse novamente para que mais uma vez desse. De uma forma melhor? Não sei, porém sincera como todas as outras. Naquilo que vamos apinhando, também devemos nos reconstruir, juntar nossos próprios cacos, redescobrirmo-nos, recuperar o fôlego. Às vezes podemos apenas estar prontos para mais uma luta. Mas ainda assim as esperanças, a expectativa, a vontade são sempre renovadas, cobertas em cada tentativa com um folha de ouro.

Desse modo, tento recobrir - porém, não esquecer - as rachaduras que ainda resistem à reforma interior. Mesmo com uma quilometragem avançada, quero me sentir como novo em folha, pronto para rodar o quanto for sem me cansar. Quero, assim como diz as leis universais, que tudo se transforme e nada se perca durante o caminho. Que as cinzas daquilo que se consumiu no passado, seja parte do solo onde se plantará novas experiências. Das palavras que já foram ditas, que seu sincero significado seja mantido e encontre uma nova e única forma de transformá-las em versos de amor. Mesmo os anos passando, que envelheça apenas o corpo e não a vontade de seguir como dois, que envelheça apenas as coisas ruins para que um dia seu fim chegue, que fique velha apenas o que não foi feito para durar.

Ainda que conheça a sensação, é um novo mundo. Como se observasse uma foto de um desejado objeto durante toda vida e decorasse cada detalhe, até que pudesse finalmente nele pôr as mãos e sentir o alívio do encontro. Um novo sol que nasce, uma nova lua, novas portas a se abrir, outras a se fechar, novas formas de pensar, fazer e agir, novos sorrisos e tristezas, pois ainda que se tenha passado por todos eles, desperta em nós uma diferente percepção de tudo. É como aquele que amamos nos dá um óculos especial, permitindo enxergar a vida sob uma diferente ótica. Às vezes as cores ficam mais coloridas, ou as tardes mais cinzas, mais brilhantes, reluzentes. Há beleza em tudo, nas mais simples coisas. Ou finalmente percebemos que as mais simples coisas são as mais belas. Ou que é simples ver a beleza de tudo quando se está repleto de amor o coração.

E nos esforçamos cada dia mais. Vamos ao limite e além, desvendando segredos próprios, impondo novas metas, dizendo-nos que precisamos ir em frente porque precisamos ser melhores: para conosco, para expandir nossa capacidade de amar, compreender, aceitar, ver que a vida não é só uma, mas que talvez demoremos a encontrar novamente a oportunidade de nos doar. Paramos para escutar sua voz, mesmo que repetidas vezes diga o mesmo, sentir seu perfume, para ver que não somente o ar nos mantêm vivos, sentir seu corpo para nos abrigar dos males que nos causam e nos causamos. Não necessariamente tudo acontece nessa ordem, ou acontece mesmo, entretanto sabemos que nossa necessidade se supre apenas com aquela pessoa. Sabemos que é ela.

Sei que recebo os 50% quando me perco em seus olhos. Mesmo que não encontre os meus. Pois meu contentamento não é a posse, mas a conquista. Saber que sou lembrado em seus sonhos, em seus gestos, quando sou eu seu porto seguro, quando meu abraço é procurado para ser seu lar. Quando estou errado na forma como amo, e preciso reescrever meu manual de instrução. Se ela soubesse que na verdade, da parte que ela me doa não faço 100, mas sim 200%. Com gosto recebo tudo que me oferece, pois sei que é sincero. Verdadeiro. Os melhores dias de nossa vida juntos. Sei que o mundo girou para ela também e que em meio seus próprios escombros tenta faz para mim a melhor habitação. É irresistível te amar, aceitar-te, não querer lhe escrever as melhores palavras.

De tudo quero que faça parte. Que seja possível degustar todas as sensações e sentimentos. Do amor, espero que frutifique mais e mais, não somente entre nós, mas na alma de cada um. Para que, mesmo naqueles momentos onde quase o esquecemos, saibamos que ele vive forte. Que nessa caminhada de mãos dadas possamos também andar cada um sua própria trilha, de quando em quando, e sempre sintamos saudades e esperemos o reencontro. Veremos o quanto cada um evoluiu e nos ajudaremos a retirar os espinhos que nos machucaram. Que esse amor não esteja enclausurado apenas nessa relação, mas que agora e mais tarde e sempre possa nos ensinar como sermos mais ternos, suaves, tranquilos em relação à vida. Que por mais perdidos estivermos em algum momento, ele nos encontrará, trazendo-nos para casa, pois nossa casa é onde nosso coração está. E agora, o meu está com você.

Gabriel Costa
para minha Tigrinha
21/07/2016
















Thursday, March 31, 2016

O bicho papão

Às vezes, mesmo antes de começar penso em desistir. Como se uma voz sussurrasse em meus ouvidos: "Para quê continuar? Veja o desgaste que lhe causará, quanto exigirá de sua paciência - minha paciência tem vontade própria -, gastará o que não tem nesta empreitada?" E por dias, outros tantos questionamentos vão virando âncoras em minha vontade. Estou com medo. Não me reconheço. Não me vejo em meus próprios gestos, o tom de minha voz, o modo como vejo tudo cinza ao meu redor, essa vontade de fechar o olhos, ouvidos, coração. Estou afastado de tudo, à deriva. Sei que entrei neste barco por vontade própria e soltei as cordas que me deixavam seguro em um porto. Quando isso aconteceu nem sei mais. O por quê tão pouco. Porém estou aqui nesta vastidão, vazio, pois deixei o melhor de mim para trás.

Sorrio sim, todos os dias. Não que esteja triste; repito, sinto medo. Que me leva a um desânimo horrendo. E isso me tortura, porque não sou passivo. Gosto de verbalizar, expor, participar, agir - tenho verdadeira necessidade de tal. Mas tenho sentido um peso enorme. Não nas costas, e sim no coração, na consciência, na alma. Parece-me que infringi todas as leis, cometi todos os erros, disse todas as mentiras. Profundamente, sinto que estou em dívida com algo. E espírita como sou, isso me atormenta. Tira o sono. Provavelmente afeta meus rins, fígado, cabelos, pronuncia ainda mais as profundas olheiras que tenho carregado. Busco por respostas, mas me parece que tenho olhos apenas para mais perguntas. Dúvidas até sobre coisas irrefutáveis, verdades absolutas, como a de que tudo está bem. Menos em minha cabeça.

É estranho. No último ano me senti vivo. Muito vivo. Desdobrava minhas horas em atividades diversas e assim meus dias voavam. Eles possuíam todas as horas, como se a semana fosse apenas um prolongado dia de tarefas. Mal havia tempo para pensar como penso agora, ocupar minha preocupação com coisa que nem sei o que bem são. Parece que estou coberto de poeira, com as engrenagens enferrujadas. Talvez esteja agora sendo refletido o cansaço de tanto labor, como se o corpo esfriasse repentinamente, perdendo suas funções. Talvez esteja esgotado de fazer tudo ao mesmo tempo.

Talvez seja anseio de coisa nova. Novas aventuras, novos riscos. Mas não posso depender apenas disso. "A felicidade por um motivo é uma forma de sofrimento porque o motivo pode ser tirado de nós a qualquer momento. Ser feliz sem nenhum motivo especial é a felicidade que devemos almejar." Está escrito aqui em minha frente. De vez em quando passo o olho por tantas frases que me obrigado a pendurar por aí, a me lembrar de coisas - talvez não tão óbvias - necessárias para que aquela chama interna que nos move pela vida não se apague. Não temos a verdade absoluta sobre tudo, nem sempre somos coerentes, ou certeiros; precisamos de alguma razão vinda de fora do nosso círculo. Preciso achar aquilo que me ergue. Ou ao menos seguir o caminho contrário daquilo que me impede.

Sei que muitos desses medos é como o monstro embaixo da cama, ou o bicho papão dentro do armário. São construções da mente, receios plantados em nossa psiquê, temor do desconhecido. Geralmente não existem aqui fora, no mundo onde se realizam as coisas reais. Ainda assim conseguem assustar bastante. Congelar o coração mais ardente. Faz com que olhemos para trás quando apagamos a luz para certificar que não há nada nos perseguindo. É o receio das coisas ficarem ruins quando está tudo bem, aquela sensação de que a qualquer momento seu mundo perfeito pode ruir. É a lama que te engole quando você já está lá. Uma bagunça.

Atrás desse muro encontrarei o que é necessário. No momento, está muito alto. Entretanto, ainda posso ver o céu, o sol ainda brilha sob mim. O mundo continua a dar suas voltas e em uma delas hei de trombar com o motivo certo para minhas razões. De repente o peso ideal irá cair, equilibrando minha balança, até quanto poderei suportar. Talvez eu mesmo não esteja saturado de antigas crenças que precisam ser renovadas, ou aqueles ao meu redor já não adicionam o mesmo conteúdo de antes. Pode ser um caso de reciclagem de tudo. Costurar o que está rasgado, ou colar o que se quebrou já não mais basta. Talvez seja tempo de gastar o que se tem para adquirir coisas novas. Esvaziar, limpar, demolir. Voltar com o barco para um novo porto. Pode ser que esteja precisando abrir aquele armário e enfrentar meus medos. Ver se realmente há algo ali. Se houver? Espero estar preparado.

Gabriel Costa
31/03/2016

Saturday, February 13, 2016

Atualizações

Quando sabemos que estamos renovados? Ao passar mais um ano, ou quando notamos que aquele velho jeans desapareceu de nosso guarda-roupa? Como se delimita essa marca, onde o velho eu vira lembrança, torna-se aquele personagem de conselhos que damos aos outros: "Quando eu era assim, fazia o mesmo que você". Afinal, o que é a renovação? Podemos trocar o estofado do sofá da sala, do carro, o forro das cadeiras, a cor de nosso cabelo. Mas ainda assim, continuam as mesmas coisas com uma cara diferente. Não vale apenas mudar a vestimenta. Deve-se mudar o âmago, o núcleo, aquele baú onde guardamos todos os nossos segredos. Estamos renovados quando fazemos novas promessas? E as que fizemos algum tempo atrás; foram mantidas/cumpridas/guardadas? O que significa apertar o F5 de nossa alma?

Acredito não estar delimitada a um período de tempo - curto, longo, mediano. A experiência vivida entre estes instantes dita realmente o quanto podemos abandonar velhos hábitos e trocá-los por novos, se necessário; mais saudáveis, mais úteis, honestos, tranquilos. O tempo apenas cronometra o quanto somos tolos em carregar bagagens desnecessárias, ele é quem, do topo da montanha, vê os operários com suas ferramentas, utilizando-as de maneira certa ou errada. Não, o tempo não renova. Ele nos dá oportunidades. Faz com que percebamos como somos orgulhos, teimosos, e partamos para uma nova vida. Ele sim, abre portas e fecha aquelas quais não precisaremos mais voltar.

Talvez estamos renovados quando novamente nos apaixonamos. Esquecemos a última história triste, a melancolia, quando finalmente conseguimos encarar aquela pessoa como uma outra qualquer - devendo nada mais do que respeito. É o momento onde o coração não mais palpita em ver fotos de outros amores - com novos romances -, mas palpita em uma noite solitária de sábado, ao pensar que o seu também novo romance está longe. Quando a saudade de novos momentos surge. Quando se tem sede de gritar ao novo amor como é bom o toque de seu beijo, o calor de sua pele, a vida em seu sorriso. Renova-se quando se fala sobre estar apaixonado usando as mesmas palavras, dando um novo significado. Quando tudo está bem, pois aquela árvore morta do passado foi cortada e da semente que ali se plantou, nasceu um forte carvalho.

Atualiza-se a fome de viver ao se atualizar. Ao definir novos projetos, a se propor novos objetivos. É o maior clichê do mundo, mas é real! Primeiramente, quando definimos chegar aqui, aqui era o objetivo final. Entretanto, o que há além deste ponto? É tudo? É o que conseguimos com tantas maravilhas guardadas dentro de nós (e nem notamos)? Vamos em frente. Não há o que nos impeça. É hora de tirar o mapa da mochila e demarcar novas rotas. Propormos-nos idealizações e sonhos que nos faça mais felizes, que ajude aos demais, que seja o vento a mover o moinho de nossa alma. Quando se acaba uma etapa, inicia-se outra. Quando? Quando quiser, porém inicie. Termine aquele projeto de três anos e escreva um novo. Estude, leia, reflita, durma bem, coma bem. Assim se iniciam melhores horizontes a todos nós, é assim que vemos o sol, quando as nuvens se dissipam do céu.

Resolva seus assuntos pendentes. Preste atenção aqui (imagine um letreiro luminoso tocando uma música chamativa)! Resolva tudo o que ficou para depois HOJE! Agora! Não deixe antigos problemas se acumularem, dentro e fora. Meu Deus, quantas vezes escutamos isso, e quantas ignoramos. Pague suas dívidas - monetárias, espirituais, acadêmicas, morais. Não há nada como acordar leve e livre disso tudo, com a mochila vazia (talvez a carteira também), mas do vazio se faz o cheio, o pleno. Poder perceber sua consciência limpa de que foi forte para encarar tudo de frente, e independente do quanto apanhou ou quanto custou, está resolvido. Done! Risque da sua lista todos aqueles itens que se acumularam (ás vezes nem sabemos como). Resolva seus assuntos pendentes. Escreva isso na parede de seu quarto e jamais a derrube. 

E além de tudo, faça o que tem que ser feito. Seja honesto, o mais educado possível. Tenha paciência; o estresse nos come vivos. Não há tratamento que dê conta. Você não quer sentir um peso em seu ombro 24 horas por dia (acredite em mim!). Tente relaxar ao menos uma vez na semana. Se conseguir mudar sua rotina, é um ótimo acontecimento. Não fique esperando ser sorteado em algo, ou um elogio inesperado, ou qualquer desse tipo de coisa. Mudar aquilo que nos prende em um círculo vicioso já é um grande ato de renovação. Calma. Tudo acontece por uma razão, mas algumas vezes a razão é que somos estúpidos e cometemos más decisões. Não seja tão duro com tudo. Todos sabem o caminho, mas poucos têm a coragem de trilhá-lo. 

Se você não usar seu tempo para construir a vida que deseja, mais cedo ou mais tarde será forçado a gastar mais tempo ainda para lidar com uma vida que não gosta. Essa frase deveria ter o título "Atualizações". É a pura definição. Faça o que gosta, realmente. Não fique preso por convencionalismos, ou preocupações/obrigações sociais. Vá ser cientista, escritor, músico, ou tudo isso ao mesmo tempo. Ou não vá ser nada. Seja feliz, apenas. Unicamente, não culpe ninguém pelo seu futuro, se você é/for o único responsável por ele. Seja como for, aguente os golpes que ele lhe der. Serão muitos. Porém, é certeza de que a renovação não é somente exterior. Podemos até nos sentir motivados quando mudamos nosso corte de cabelo, ou quando decidimos fazer aquela tatuagem. Escrever novas premissas em nosso caderno moral é a verdadeira sofisticação do ser. 

E de renovação, temos vários sinônimos que podemos adicionar aos projetos vindouros: reformar, reconstruir, endireitar, rejuvenescer, inovar, progredir, fortificar. Seja como for, é importante ter em mente que não adianta o ano, a roupa, os amigos, a casa, a família, a cidade, o país, o namorado, o emprego, a marca de escova de dentes, o sobrenome mudar, se você ainda continua o mesmo.


Gabriel Costa
13/02/2016