De repente, o tempo se passou. Não me lembro mais dos detalhes de outros dias que foram importâncias cruciais. Tento buscar coisas do passado, mas passaram. De repente, o tempo passou.
Quanto tempo?
Ainda me parece que foram acontecidos de ontem. Entretanto está longe. Tenho tentado enxergar a face oculta de um alguém atrás de um vidro translúcido. Está lá, sim, está lá! Mas quem é você? O que lhe fiz? O que me fez? Em qual encruzilhada nos separamos?
O tempo se passou e o que fiz?
Não me lembro de fatos importantes. De palavras importantes, de atos importantes. Fui importante?
Quem se importou? Com quem me importei? Houve importância?
Quando comecei a viver? Quando foi o momento onde percebi a vida?
Talvez passamos a viver quando damos a importância que a vida tem.
E com isso de acordo, será cedo ou tarde.
A vida é uma gota no oceano.
Preciso saber se minha gota contribui para a imensidão.
Preciso saber, apenas, porque a vida passa e acaba. Talvez mais rápido do que pensamos, mais rápido que a percepção de sua fugacidade. A vida passa num piscar de olhos perante o tempo do universo. A vida é tão pouco diante do tempo da eternidade. A vida é uma gota no oceano.
A vida passa.
Porém, não quero que passe sobre mim. Não quero que amarrote minha vestimenta, nem atrapalhe meu penteado. Quero andar junto a ela, de mãos dadas, conversando como bons amigos. Em acordo secreto, selado a sete chaves. Quero viver, acordado o quanto possível.
O tempo se passou, mas se refez. A vida pulsou, e pulsei.
A vida vivi. Sim! Vivi!
Eu fiz, fiz muito!
Fui essencial na sutileza de minha essencialidade.
Fui para quem era preciso ser.
A vida passa; o tempo; eu, tu, todos.
Descobri que fui comum, excessivamente simples. Fui uma argumentação singela da existência.
E se deste modo minha vida simples me permitiu pulsar,
quero viver de novo.
Gabriel Costa
12/02/2014
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