Friday, November 13, 2015

A guiar

Precipitaremo-nos ainda mais uma vez. Como na maioria dos momentos de dor. Acuados como bicho em perigo tentaremos nos salvar; tentaremos nos salvar de nossas próprias palavras, atitudes, motivos e qualquer desculpa que sempre moldamos quando o fim está em nossa sala de jantar. Precipitaremo-nos e não pensaremos direito.

Sentiremos raiva, mas também sentiremos medo: vamos perder uma preciosa parte de uma ponte necessária a nós para passar por cima de um abismo de problemas. Um suporte aos passos que os faziam mais fortes na caminhada. Sentiremos medo, como sentiremos! Então precipitaremo-nos novamente, invadidos, dominados por sentimentos que se misturarão e dirão com nomes e vozes diferentes tudo o que sabia que não deveremos dizer. Porém, vamos dizer.

Não reagimos como gostaríamos. Não apenas externamente, mas aqui dentro, conosco mesmos. Mas digamos a nós: seja sincero com o seu verdadeiro eu; permita-se sentir - dor, alegria, raiva. Sinta. Reconheça esses sentimentos, saiba seus nomes e assim não será por eles controlado. Apenas os observe e um dia irão embora. Ainda andam por aqui, enquanto vou arrumando a bagunça na qual me tornei

Não culpe ninguém. Culpa? Ela existe para nós? Não. Ninguém carregará esse peso, por mais que as circunstâncias queiram aponta-la em alguma direção. Acabou. Apenas isso. Acabou e aceitemos. Assim ocupemo-nos em colocar cada coisa em seu lugar, mudando seus antigos lugares, testando novos ângulos, novas possibilidades. Um caos particular, original, nosso. Crie novas possibilidades.

Algumas palavras serão tudo de uma certa resiliência. Apenas por algum tempo. Desviaremos nossos caminhos, dobraremos aquela esquina para não esbarramos e termos aquela obrigação chata de darmos um sorriso sem graça e perguntar como vai a vida. É o máximo que conseguiremos. Não poderemos perder o foco. 

Pense melhor nos motivos e desfechos de todas nossas atitudes. Releve toda angústia que sentimos. Então veja que os minutos continuam passando, que as cobranças ficam mais intensas com o passar dos dias e que se não dermos um jeito de resolver tudo isso, os problemas irão nos engolir. 

Está tudo bem. Não sintamos nada que vá contra com o que sentimos agora: se estamos felizes, que sejamos felizes; se fechamos os olhos tranquilos, continuemos assim. Não pense no que ficou para trás, não deixe que isso seja um obstáculo. Essa é a história mais velha do mundo. Não é uma exclusividade sua, minha, de ninguém. Sobrevivemos. Melhor: vivemos. Passamos por muito e passaremos por outras ainda piores. Aconchegue-se em quem está ao seu lado, procure a melhor maneira de seguir em frente e siga. Por favor, siga em frente.

Gabriel Costa
14/11/2015

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